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“Se não fosse a Orquestra Sem Fronteiras, não teria metade dos projetos que tenho hoje”

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“Se não fosse a Orquestra Sem Fronteiras, não teria metade dos projetos que tenho hoje”

Publicado em 08 de Fevereiro de 2023 às 17:19

O violinista Rodrigo Teófilo tem 19 anos e é um apaixonado pela arte em geral e pela música em particular. A Orquestra Sem Fronteiras foi o passaporte para viver a sua paixão, concretizar os seus objetivos e ver reconhecido o seu trabalho


Estudante na Escola Superior de Música de Lisboa, Rodrigo é mais do que um jovem com sonhos. É um jovem de ação. Com múltiplos interesses, que vão do desporto à defesa dos direitos humanos, é na música que se completa.  Foi no Fundão, onde nasceu, que descobriu a sua grande paixão. A Fundação Santander Portugal, em parceria com a Orquestra Sem Fronteiras (OSF), investiu no seu talento, premiou o seu mérito e transformou a sua vida.

Rodrigo Teófilo era apenas um miúdo cheio de sonhos quando se iniciou na música, com 11 anos, a tentar dominar o som da trompa. Acabaria por mudar para o instrumento que o acompanha até hoje: o violino. Apesar de não ter sido amor à primeira vista, aos 14 anos percebeu que não podia nem conseguia viver sem este instrumento. Hoje, aos 19 anos e como violinista da Orquestra Sem Fronteiras, tem a certeza de que o seu futuro está na música.

Victor Hugo escreveu que “a música é o verbo do futuro”, frase perfeita para descrever a relação que Rodrigo tem com esta arte, que é também uma forma de comunicação. O músico quer transmitir aos outros aquilo que a música lhe permite viver e sentir. É uma verdadeira paixão o que sente ao tocar na orquestra, uma experiência que “qualquer pessoa – mesmo não sendo do meio musical – deveria ter. Porque não se consegue explicar, só se consegue sentir.”

“Se não fosse a Orquestra Sem Fronteiras, não teria metade dos projetos que tenho hoje” | Transformar Vidas

Rodrigo Teófilo frequenta a licenciatura em violino com a professora Ana Beatriz Manzanilla na Escola Superior de Música de Lisboa. Ambiciona tornar-se violinista da Orquestra Gulbenkian e ser professor para poder conciliar a paixão pela música com o gosto de a ensinar aos outros.

Decisões que transformam vidas

Há momentos que mudam o rumo de uma vida. No caso de Rodrigo, um desses momentos foi a participação no projeto Orquestra Sem Fronteiras (OSF), onde se estreou em março de 2019.

Num país com limitações no acesso à cultura e onde a oferta cultural ainda é muito centralizada nas grandes cidades, apoiar estas iniciativas é apostar no talento e na ambição de jovens como o Rodrigo. No fundo, é uma forma de pôr em marcha uma verdadeira transformação social.

Para o jovem violinista, a OSF foi “uma espécie de lançamento para o mundo artístico. Se não fosse a Orquestra Sem Fronteiras, não teria metade dos projetos que tenho vindo a ter até hoje”, admite Rodrigo. 

Na verdade, até teve a sorte de a sua paixão ter sido o seu primeiro trabalho pago. “Nós somos músicos. Como em qualquer outra profissão, em troca do nosso trabalho há que haver algum retorno”. O apoio da Fundação Santander Portugal a este projeto faz “atrair mais pessoas e com que o músico se sinta mais motivado e também reconhecido pela sociedade”, sublinha. 

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Passados mais de três anos e tendo estado presente desde o primeiro programa, Rodrigo Teófilo garante que “a Orquestra Sem Fronteiras cresceu muito em termos de programação de oferta cultural e de diversidade cultural”.

Orquestra Sem Fronteiras & Fundação Santander Portugal

A Orquestra Sem Fronteiras é um projeto inovador que investe na formação de jovens músicos que pretendam fixar-se no interior de Portugal, combatendo o abandono do ensino da música e premiando o mérito académico. Desde o início que a Fundação Santander Portugal é parceira neste projeto, que além de manter um programa musical regular de qualidade na área da música clássica, aumenta o acesso à participação e à fruição cultural, promovendo ainda valores de integração ao pôr lado a lado músicos portugueses e espanhóis.

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Martim Sousa Tavares, Director musical da Orquestra Sem Fronteiras, e Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander Portugal

Martim Sousa Tavares, Director musical da Orquestra Sem Fronteiras, e Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander Portugal

O poder de transformar vidas

Rodrigo Teófilo reconhece que nem todos têm acesso à música e à possibilidade de aprender a tocar um instrumento. Mas acredita que “se uma pessoa encontrar os apoios necessários, como os apoios da Fundação Santander Portugal, está no bom caminho”.

Na sua opinião, a cultura é para todos: “transformar vidas é fazer o que a Orquestra Sem Fronteiras faz. Pegar num meio que não tem tanta probabilidade de ter um acesso à cultura como outras zonas no litoral e transformar isso numa espécie de máxima”.

O jovem acredita que, como músico, já tem o poder de transformar vidas. “Aqueles arrepios que sentimos quando ouvimos uma grande orquestra ou quando ouvimos uma melodia que nos toca cá dentro. Nem que seja por dez segundos, para mim. isso já é transformar uma vida.”

Viajar com a música

Conciliar a Orquestra Sem Fronteiras com a licenciatura e todos os outros projetos em que está empenhado pode ser difícil, mas é gratificante. Natural de um meio pequeno, Rodrigo mostra que, “se uma pessoa tiver força de vontade e amor por aquilo que faz, em qualquer zona consegue tornar-se um artista”.

Mais. O jovem violinista tornou-se um motor de consciencialização e esperança para outros jovens do interior do país apaixonados pela música. “O facto de ter vindo para Lisboa, de ter ido com a Orquestra Sem Fronteiras ao Brasil, de ter ido tocar a Espanha, ter viajado com a música, faz com que as pessoas olhem para este meio de uma forma um pouco diferente, de uma forma melhor.”

Um mundo de interesses

Além da música, no seu repertório de interesses não faltam outros gostos. Do ténis ao teatro escolar, da escrita para jornais locais até à locução para rádio e plataformas de streaming, do gosto pelos livros e pela leitura à defesa de causas, Rodrigo Teófilo define-se como “uma pessoa flexível capaz de se adaptar às várias circunstâncias artístico-culturais, apaixonada pela arte em geral.”

Mesmo estando em Lisboa, continua ligado ao projeto “Escola Amiga dos Direitos Humanos”, promovido pela Amnistia Internacional Portugal. O projeto foi criado há cerca de três anos na escola secundária do Fundão e apoia as escolas a incluir os direitos humanos em todas as dimensões do contexto escolar, desde a sala de aula, até ao recreio, a todas as casas e a todas as pessoas que dela fazem parte.

Mas foi a música que marcou, e continua a marcar, o compasso da vida de Rodrigo Teófilo. Uma vida que foi transformada pela Fundação Santander Portugal.